sexta-feira, 13 de março de 2009

" De olho" na classe C

Em se falando de diferentes classes sociais, você sabe quem faz parte da classe C? Cada vez mais comentada na mídia, esse grupo são as famílias com renda mensal em torno de R$ 1000 a R$ 2000.

Nos últimos anos mudou a forma de consumo das famílias com essa renda. Hábitos como ir ao salão de beleza pelo menos duas vezes ao mês faz parte da rotina das pessoas denominadas pertencentes da classe C. Há alguns anos esse hábito não era tão comum.

Foi realizada uma pesquisa em cinco capitais brasileiras e as pessoas disseram se preocupar mais com a aparência, porque asseio e beleza abrem mais facilmente as portas para o sucesso em diversas áreas.

Acesso à tecnologia também é uma das preocupações da classe C. Por essa razão, os consumidores estão adquirindo cada vez mais celulares, computadores, DVDs, e um aparelhinho que tanto "faz a cabeça", principalmente dos jovens: as MP3s, MP4s e outros novos lançamentos desse aparelho multiuso.

Segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), mais de 10,1 milhões de computadores foram vendidos no Brasil no ano de 2007. O maior fabricante do País, o Grupo Positivo afirma que cerca de 80% dos compradores são da classe C.

Esses números justificam o crescimento da população que tem acesso à internet em sua própria residência. Um fato importante deve ser lembrado. A maioria das famílias denominadas de classe C possui mais jovens e crianças no seu quadro familiar. E os mais novos costumam se adaptar mais facilmente as novas tecnologias do que pessoas na fase adulta ou na terceira idade.

Acredito que você já deve ter tido a experiência de ver uma criança ou adolescente dar aula para um adulto de como resolver algo no computador. Caso não tenha tido, com certeza já deve ter ouvido falar sobre isso por meio de um amigo ou familiar.

Outro dia, presenciei um fato que me pareceu até engraçado. Várias pessoas tentando desligar um notebook de uma amiga que emprestou o aparelho para uma palestra. Ninguém conseguia desligar o computador, até que alguém teve a ideia de chamar a sobrinha da dona do aparelho para ajudar. Como em um passe de mágica, a garota chegou, colocou a pequena mãozinha no aparelho e resolveu o problema.

Um outro segmento que está crescendo são as vendas por internet. A classe C agora tem cartão de crédito e comprar pela internet com essa forma de pagamento é muito simples. Fácil também é se "enrolar" no cartão e para conseguir o dinheiro de plástido não é necessário mais tanta burocracia.

As administradoras de cartões com aquele jeitinho de empurrá-lo para quem não pede, compram os cadastros de outras empresas e sem análise de crédito é fácil receber um.

Por essa razão, que as indústrias estão cada vez mais atentas e caprichosas ao fabricar produtos ou em atender essa fatia do mercado consumidor. Se até há alguns anos as famílias com renda mensal em torno de R$ 1000 a R$ 2000 se preocupavam em ter um carro e uma casa, atualmente as pessoas estão mais exigentes. Não basta ter um carro e uma casa, tem que ser uma residência bonita e um carro novo.

Pensando em conquistar cada vez mais esses consumidores, algumas empresas estão investindo em formatos antigos de vendas. A famosa sacoleira ou vendas de porta a porta estão em "pleno vapor". E não pense que estou falando somente de produtos cosméticos ou lingeries não. No nordeste a empresa Coca Cola Guararapes possui vendedores de porta a porta para seus refrigerantes.

O setor de marketing aposta no sucesso pensando nas donas de casas que são as principais responsáveis pelas compras de alimentação. A empresa Nestlé também aposta nessa forma de vendas e possui atualmente 5.800 vendedoras desse estilo em mais de quarenta cidades do Estado de São Paulo e capitais brasileiras.

De acordo com especialistas, além do crescimento do poder aquisitivo da classe C, outro fator precisa ser pensado. Se as coisas piorarem consumidores da classe A e B vão precisar comprar produtos da classe C e quando as coisas melhorarem quem vai querer comprar esses produtos serão também as pessoas da classe D.

Afinal de contas, qualidade é essencial independente de produtos baratos ou caros. E existem tantos exemplos de produtos mais em conta com qualidade. As pessoas estão cada vez mais exigindo isso e substituindo marcas caras.

Se qualidade e preço baixo não fosse possível, empresas como a Avon já teria desaparecido. Que as indústrias aprendam a "driblar" a crise com o exemplo da famosa classe C que dá "nó em pingo d água" e não abre mão de oferecer o melhor para sua família.

Fontes: Folha de São Paulo e Jornal Hoje

Um comentário:

  1. Tens toda a razão estamos mais consumistas, a partir do momento em que temos acesso a internet e a TV a cabo, tmbm, temos acesso a informação e nos comparar tecnologicamente com outros povos, e descobrir o quão atrasados estamos.
    Lembro de um caso em que na época foi motivo de muitos comentários : O então presidente da República Fernando Collor de Melo, em uma entrevista comentou que o Brasil não tinha carros competitivos para se exportar, pois nossos carros eram verdadeirtas carroças. Nossa o coitado quase foi pendurado de cabeça para baixo em um poste qualquer, mas a grande verdade é que nossos carros eram carroças, e queres saber, ainda o são, é só assistir os lançamentos do " Auto Esporte " aos domingos na TV Globo, infelizmente nosso Brasil não tem tecnologia nenhuma, quer ver :

    - MP3 ou MP4 - china
    - TVs as mais modernas, qualquer uma - china, japão, Alemanha
    - Carros: Fiat, Chevrolet, volskswagen, nem precisa comentar não é tudo marcas importadas
    - computadores, ah, esse sim, tudo lá de fora,

    viu não se produz , não temos tecnologia de ponta, não temos laboratórios de pesquisa, não temos cientistas, e para ajudar , quando surge uma mente brilhante, se vai para o exterior.

    Todo esse preâmbulo, é para tentar entender / explicar, o porque do noasso fascínio por esta tecnologia crescente.

    Grande abraço,
    abraços netunianos,

    ps.: vc exagerou no elogio no selo, obrigado

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