sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Mensagem irritante

O som de uma mensagem de celular costuma despertar a curiosidade de qualquer um. Quem nunca recebeu um torpedo da operadora de celular que atire a primeira pedra. É automático ficar curioso e querer parar o que está fazendo para ver a mensagem no aparelhinho.

Praticamente todos os dias essas empresas enviam os famosos torpedos para seus clientes. A maioria deles informam sobre diversos tipos de promoções. E o brasileiro acostumado a ter celular "pai de santo" sofre com as consequências. As operadoras insistem em enviar mensagens para recargas dizendo que o fulano corre o risco de perder o número.

O problema é que tem muita gente que usa troca de mensagens como meio de comunicação e não tem nenhuma cláusula de contrato na compra dos celulares, dizendo: Se você estiver incomodado com as mensagens, retire o som delas, porque nós iremos infernizar sua vida enviando torpedos diariamente.

E a desculpa dessa vez não fica naquela questão de ler ou não o contrato na hora da compra. A maioria das operadoras não dão a oportunidade para escolher se quer ou não receber as mensagens de texto no momento da ativação dos celulares.

De acordo com as empresas, se o cliente não quiser continuar a receber esses serviços, pode entrar em contato com a central de atendimento pedindo o cancelamento.
É importante anotar o número do protocolo da solicitação e pedir que seja enviada uma mensagem dizendo que torpedos não serão mais enviados.

No início desse ano resolvi cadastrar meu celular que é da operadora Vivo para enviar mensagem de texto gratuitamente. Consegui sem dificuldades esse serviço que é um direito meu. Porém, depois dessa data, todos os dias recebo mensagens de um plantão Mobi.

Confesso que não sei nem o que é isso e não me lembro de ter optado na hora do cadastramento dizendo se queria receber tais informações. Ao deixar meu celular no famoso esquema "pai de santo", comecei a receber duas mensagens diárias para colocar crédito, e caso não recarregasse meu celular deixaria de receber as informações desse plantão. E se não bastasse somente essas mensagens comecei a receber outra dizendo também para colocar crédito.

Após me irritar com os insistentes toques liguei na central de atendimento. Que surpresa! Nunca fui atendida tão rápido em um call center. Minha felicidade durou nem 2 minutos. O atendente ouviu minha solicitação e sem me transferir para algum departamento foi logo dizendo o que tinha que fazer.

Disse que eu somente precisava enviar uma mensagem de texto do meu aparelho de celular escrito CANC para um tal número e que nunca mais receberia os informativos. Foi o que eu tentei fazer. Mas era óbvio que não conseguiria enviar a mensagem. Não tinha crédito e era exatamente isso que a operadora gostaria que eu fizesse, colocar créditos.

Que ironia, para deixar de ser importunada tenho que "entrar na dança" da operadora. Ainda não consegui, mas faço questão de cancelar de outra forma. Não concordo com empresas que oferecem serviços gratuitos a seus usuários em troca de "amolações". Se querem importunar com suas jogadas de marketing que deixem isso bem claro antes de oferecer qualquer coisa.

Fonte: Uol Tecnologia

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Cultura do trote

Desde que começaram as aulas nas faculdades uma notícia aparece com frequência. É triste, mas trote é o assunto informado. Na semana passada jovens que estavam participando da famosa brincadeira resolveram estender a recepção para um morador de rua.

O homem disse que se aproximou dos jovens, porque percebeu que eles estavam com bebida e sua intenção era saber se poderiam compartilhar com ele. Estava certo, o universitários deram a ele bebida, porém junto foi distribuído pontapés e fizeram um corte em seu cabelo pior que dos calouros.

Os rapazes não deixaram o morador de rua careca como os demais jovens, rasparam somente algumas partes do cabelo dele. Essa cena e a pancadaria contra o homem foi flagrada por trabalhadores de uma obra que presenciaram a "diversão" dos aluninhos a luz do dia. E não terminou por aí, além de agredirem o homem, roubaram dele uma bíblia e dinheiro que estava guardado nela.

Nessa semana o trote extrapolado ficou por conta de uma faculdade de veterinária da cidade de Leme. Um calouro foi internado em coma alcoólico. Um dos jovens que sofreu o trote contou que foram obrigados a beberem pinga e entrar em uma lona com fezes e restos de animais em decomposição. Também foram agredidos.

O jovem de 21 anos mostrou as marcas ocasionadas em seu corpo. A reportagem terminou com o rapaz dizendo que não voltará a essa faculdade. " Se fizeram isso com gente, o que não irão fazer com bicho", destacou o rapaz.

Os trotes são comuns nas principais faculdades e para evitá-los muitos calouros faltam na primeira semana de aula para não serem obrigados a participar deles. Quando ingressei na faculdade fiz questão de ir no primeiro dia, mesmo sabendo que talvez encontrasse pela frente uma brincadeira de mau gosto.

Foram seis anos esperando para entrar em uma faculdade, eu não podia segurar a ansiedade e deixar que outros adiassem a data tão esperada por mim. Com muito esforço estava eu sentada em um banco acadêmico. A minha felicidade era tanta que até o guache que usaram para pintar meu rosto e braços era bem vindo.

Confesso que quando soube que tinha trote na porta de entrada fiquei com medo. Fui preparada com uma blusa preta para caso me pintassem. Fizeram um corredor humano e um garoto se aproximou de mim com um pote de guache preto. Ele não pediu para passar o guache, foi logo despejando, mas foi só isso, ainda bem.

Cheia de guache fui com minhas colegas no banheiro me limpar, não queria chegar na van pingando tinta. Nesse momento ouvi que no curso de engenharia o trote não estava sendo somente com guache, estavam usando cola colorida. Me senti feliz com a cara pintada, por sentir que o ritual marcava uma nova fase da minha vida e também aliviada por saber que o pessoal do meu curso não era violento ao passar cola colorida no cabelo dos calouros.

Todos os anos é comum a imprensa divulgar casos de trotes violentos. Muitos deles resultaram em mortes. Certo está o rapaz agredido no curso de veterinária de não querer voltar mais para a faculdade. Se as escolas estão acostumadas com essa recepção dos veteranos para com os calouros, por que não prevenir e incentivar trotes mais saudáveis?

Seria uma ótima oportunidade de incentivar a cidadania na porta de entrada das faculdades. Afinal de contas, delas sairão médicos, advogados, veterinários, engenheiros e tantos outros. E que tipo de pessoas sairão com o diploma na mão? O que farão a maioria desses profissionais que têm como responsabilidade a vida em suas mãos?

Por isso tenho medo, principalmente de adoecer, não sei quem cuidará de mim. E agradeço pelas vezes que precisei de ter encontrado profissionais que fizeram valer os anos que passaram em uma universidade, pois seus cuidados, seu olhar e sua atenção comigo foram de um ser humano que se preocupa com outro ser humano.

Algumas faculdades resolveram "arregaçar as mangas" para impedir trotes violentos e fazer com que os alunos tenham algo bom para fazer. Existem os "trotes solidários". Essa iniciativa tem a finalidade dos veteranos organizarem shows, teatros , recepções para os novatos. Além de arrecadarem alimentos, roupas e medicamentos para serem doados à instituições de caridade.

Outras escolas organizam grupos de alunos veteranos para serem monitores dos novos alunos. Eles têm a função de mostrar as instalações das faculdades e o método de ensino. Também possuem a responsabilidade de dialogarem com os novatos sobre suas perspectivas e anseios sobre a vida de universitário.

Através dessa atitude das faculdades, os alunos têm como foco atividades saudáveis e o que é muito importante ressaltar é a vigilância das instituições para que qualquer trote de mau gosto seja impedido. Algumas pessoas podem achar que trata-se somente de brincadeiras, mas essa prática é criminosa e está prevista no código penal.

Cortar o cabelo total ou parcial dos calouros contra sua vontade caracteriza crime de lesão corporal(art.129 do código penal) . Humilhar o calouro o ridicularizando frente aos colegas ou nas ruas pintando seu corpo, fazendo "cavalgada'' em cima dele, ou fazê-lo engatinhar, também é crime. Esses são alguns exemplos mais comuns e constam no código penal( Artigo 140).

Autoridades policiais também têm sua participação ao evitar que a recepção de alunos com senso de agressividade explícita seja realizada nas ruas. Um olhar mais profundo para grupos de jovens pode evitar barbaridades.

Não poderia deixar de mencionar a participação dos pais para evitar trotes violentos. Saber o que o filho faz no primeiro dia de aula é uma atitude que pode evitar muitos problemas para ele e para os demais jovens.



Fonte: Site Terra

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Atenção com as emoções no trabalho

Carlos chegou ao escritório às 8h52. Entrou na sala onde seus colegas estavam trabalhando desde às 8h00 e dessa vez não falou bom dia. Durante o dia parecia estar sonolento, chegou a derrubar um pouco de café em cima de sua mesa.

Ele é advogado e nunca gostou de levar comida nem café para a sala onde trabalha, mas dessa vez parecia não se importar com isso. Naquela sexta-feira Carlos não conseguia se concentrar no trabalho. Por várias vezes falava sozinho dizendo que era incompetente e estava cheio de tudo.

Quando Mara, uma colega de trabalho se aproximou de Carlos, ouviu as seguintes palavras: "Não vê que estou tentando terminar essa planilha, estava quase conseguindo e você chegou. Para quê? "

Mara precisava de uma informação e iria aproveitar para perguntar a ele se precisava de ajuda. A colega e os outros funcionários do escritório há duas semanas percebiam que Carlos já não era mais o mesmo.

O funcionário ativo e acostumado a conversar com os colegas, estava cansado. Sua fisionomia era de exaustão. Quanto aos colegas ele tinha a impressão de serem inimigos e aqueles que estão próximos para criticá-lo por qualquer motivo.

Após duas semanas, o advogado teve uma crise no escritório. Em um ataque de nervos quase agrediu um cliente que não quis aceitar um contrato imposto pela empresa. Uma queixa à polícia foi feita pelo cliente e Carlos que está afastado do serviço foi orientado a procurar ajuda médica.

Após a consulta e alguns exames foi diagnosticado que o profissional está com síndrome de Burnout. Essa doença é um tipo de estresse ocupacional. O personagem desse texto é fictício, mas é comum encontrar funcionários com os sintomas dessa síndrome em diversos locais de trabalho. E o pior é que muitos não imaginam que trata-se de uma doença.

É mais fácil acreditar que a pessoa está de mau humor crônico ou que mudou de comportamento devido alguma decepção amorosa. Ou pode existir aqueles que acham que o trabalho do fulano "já deu o que tinha que dar ", já era, agora o que resta é pedir as contas e arrumar outro emprego.

As pessoas acometidas por essa síndrome têm inicialmente um sentimento de exaustão emocional, que é carcterizado pela falta de energia e entusiasmo pelo trabalho . Após esses primeiros sintomas, o profissional começa a se distanciar de sua clientela, colegas e organização, passando a tratá-los de forma impessoal. Ansiedade e depressão também são comuns em pessoas com a síndrome.

Outra consequência são os sentimentos de insatisfação com seu desempenho profissional. Quem sofre desse mal tem esses sintomas na maior parte do tempo. É mais comum a síndrome de Burnout acometer professores e funcionários da área de saúde, porém pode acontecer com qualquer profissinal voltado para o atendimento ao público.


É fácil entender uma das principais razões para o surgimento dessa síndrome. Lidar com diversos tipos de pessoas e situações estressantes não é fácil. Cada ser com uma personalidade diferente, o "jogo de cintura" tem que estar sempre em cima. E haja equílibrio emocional, afinal ninguém é de ferro.


Saber lidar com as pressões diárias e não sair do "centro" são um dos primeiros passos para evitar cair nessas doideiras. Cabe a cada um descobrir o seu ponto de equílibrio e o que pode ajudar nessas horas estressantes.


Além disso é essencial ajuda médica. De acordo com os especialistas, o tratamento deve ser realizado por médico e psicólogo do trabalho. Uma atitude importante precisa ser lembrada: a prevenção deve partir de uma ação conjunta entre empresa e trabalhador para reduzir os fatores de estresse que levam à doença.

Fonte: Folha Online