Canais de televisão nos últimos dias que antecederam o Natal e após a data mostraram lojas no exterior oferecendo descontos de 20% e até 70% nos produtos. A população, principalmente americana e européia aparecia comprando pouco. O que mais se viu, foi: " Não temos dinheiro, esses descontos estão para quem tem".
Porém, uma cena me chamou atenção. Vi um brasileiro dizendo: "Temos que aproveitar, estamos de férias e adorando esses descontos".
Que ironia. Por mais rico que um brasileiro possa ser, não muito tempo atrás era difícil imaginar essa cena. Um americano dizendo: "Não temos dinheiro" e um brasileiro: "Esse mar 'está para peixe'. Vamos aproveitar a crise do primeiro mundo".
Já nos notíciarios brasileiros: " Crise, que crise? Eu não sei o que é isso". Essa era a resposta dos comerciantes quando eram questionados pelos repórteres sobre as vendas. E o que mais aparecia eram pessoas comprando, levando sacolas, caixas enormes e tudo que podiam carregar. Igual todos os anos.
O brasileiro parece que seguiu a risca o conselho do Presidente Lula de que se não comprarmos, daí sim os empregos estarão em risco. Li artigos dizendo que o governo brasileiro está "tapando o sol com a peneira" para não ver a realidade das coisas. Que a crise está mais perto do que se imagina.
Há como concordar, afinal os funcionários de empresas automobilístas estão "sentindo na pele isso". Afinal, empregos já se foram e em janeiro é que chega o "revelar" de muitas empresas.
E nesse caso não há como fechar os olhos. Pela extensão do problema a consequencia é sobrar para todo mundo.
Mas eu posso compreender muito bem o otimismo do presidente. Imagine um barco afundando e quem o está conduzindo desistir de lutar e começar a falar: "Todos aqueles barcos lá na frente afundaram, somente falta o nosso". Como ficará os tripulantes e passageiros do barquinho?
E uma pessoa que tem vizinhos que adquiriram uma doença contagiosa e dizem: "Dessa não vamos escapar, essa doença está atingindo todo mundo, acho que não sairemos ilesos. É melhor nem tomar vacina".
Desse jeito fica mais fácil para a doença "pegar ele de jeito". Mentalizou, só precisa agora aguardar o resultado. E depois não adianta botar culpa nos outros.
E pessimismo nunca ajudou ninguém. É melhor tentar ser otimista, mas com "pé no chão", para amenizar o que vier por aí do que começar a chorar amedrontado e esperar pelo pior. E dizer não tem saída. Afinal, fugir também não resolve, trabalhar no exterior dessa vez não vai dar mesmo, a "coisa tá preta por lá". E no Brasil temos o famoso jeitinho brasileiro de vencer os obstáculos do cotidiano.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
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